Neusa Baptista (Comunicação Popular JURA e assessoria Vereadora Edna Sampaio)
A Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA 2022) foi tema do espaço Tribuna Livre desta terça-feira (3), na Câmara Municipal de Cuiabá, com a presença da professora de Serviço Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Eva Emilia Freire do Nascimento Azevedo, uma das coordenadoras da atividade, a convite da vereadora Edna Sampaio (PT).
Confira a fala da professora Eva neste link (entre 1h26min e 1h34min): https://www.youtube.com/watch?v=1mip774vGo8
Nos dias 12 e 13 de maio, das 9h30 às 19h, na praça Alencastro, em Cuiabá, a JURA realizará a "Feira Saberes e Sabores da Terra", onde serão comercializados produtos da reforma agrária, da agricultura familiar e da economia solidária, além de reunir rodas de conversa e atividades culturais.
A ação faz parte da programação deste ano, que segue até o dia 7 de setembro, com o tema “Reforma Agrária Popular e Projeto de País”.
As atividades – debates, mesas redondas, ações culturais etc. – acontecerão em espaços públicos como praças e escolas, em assentamentos e no ambiente virtual.
“É um movimento das universidades de todo o país para pôr em discussão o projeto de reforma agrária e os temas relativos a ela, assumindo-a como necessária e fundamental para a democratização da estrutura agrária, social, econômica, política, educacional e cultural. A reforma agrária é um direito previsto na Constituição e os governos, independentemente de seu posicionamento partidário ou vontade pessoal, têm obrigação de fazê-la”, afirmou Eva Emília.
“Direitos fundamentais, como a alimentação e a moradia, têm se tornado cada vez mais distantes de uma parcela da população [...]. Exportamos carne enquanto temos aqui a fila do osso. O Brasil precisa de uma reforma agrária popular, que se comprometa a produzir alimentos saudáveis, respeite o meio ambiente e valorize o camponês”.
Concentração gera desigualdade
Segundo ela, o Censo Agropecuário do IBGE mostrou que, no Brasil, 1% dos proprietários concentram mais de 48% das áreas rurais.
Essa concentração expulsa o pequeno agricultor, que é obrigado a viver nas periferias das grandes cidades, precarizando suas condições de sobrevivência, e produz monocultura, visando o enriquecimento privado, a custo de grandes impactos ambientais.
Edna Sampaio salientou que as desigualdades do país são fruto da concentração de terras e que Mato Grosso é o segundo no ranking nacional neste quesito.
“O Brasil, em pleno século 21, nos envergonha por ainda não ter cumprido uma tarefa fundamental, a reforma agrária”, disse ela, que falou também sobre sua vivência pessoal deste tema. “Sou neta de um agricultor, que foi espoliado por um político famoso daqui; que abandonou as terras porque teve que vir para a cidade”.
A parlamentar destacou a importância da JURA diante do cenário econômico atual do país, marcado pelo retorno da fome. “Parabéns à UFMT, que abraça a causa da reforma agrária, ao MST e aos movimentos que têm, há vários anos, realizado a JURA, uma resistência pela democratização do acesso à terra [...]. Neste momento de insegurança alimentar, é urgente retomar a agenda da reforma agrária para democratizar a vida a toda a população”.
Sobre a JURA
A JURA teve início no ano de 2014, com a participação de 40 universidades e hoje ocorre em 60 instituições de todo o país, promovendo o intercâmbio entre a academia e os camponeses para debater sobre a reforma agrária e a relação com a produção. Na UFMT, acontece desde 2018.
O evento debate educação, relações raciais, soberania popular, proteção ao ambiente, saúde, direitos dos povos indígenas e quilombolas, trabalho e agroecologia.
Confira a programação completa: https://juramatogrosso.wixsite.com/jura2022
Acompanhe a JURA no Instagram: @juraufmt
Acompanhe a JURA no Facebook: /juraufmt
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