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Apresentações culturais movimentam o público na JURA

Tatiane Almeida de Aguiar / Equipe de Comunicação Popular da JURA



Diversas apresentações culturais ocorreram durante a Feira Saberes e Sabores da Terra, como teatro (com o grupo Cena Livre), capoeira e samba de roda (com o grupo Quilombo Angola), o projeto Batuque das Mulheres e muitas músicas com a cantora Gê Lacerda. As pessoas que participavam do evento e a população em geral que transitava pela praça Alencastro, no centro de Cuiabá, paravam para prestigiar e interagir com as/os artistas, batendo palmas, cantando, sambando, e tocando com os batuques recicláveis.


A feira aconteceu nos dias 12 e 13 de maio como atividade integrante da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA), que se estende até o mês de setembro com várias ações sob o tema “Reforma Agrária Popular e Projeto de País”.


Cristina Martins, de 24 anos, destacou a participação das/dos artistas na praça. “Prestigiar esses artistas em praça pública é uma honra, porque, muitas das vezes, as pessoas não conseguem ou não têm acesso, por conta da correria do dia a dia, ver apresentações como estas. O evento conseguiu oferecer isso para o público”, relatou.


Para a atriz e cinegrafista, Ana Carolina de Mello, uma das integrantes do grupo Cena Livre, o teatro sempre esteve presente nas ruas, desde a sua existência e, por isso, não deve ser desvinculado das lutas e dos processos políticos. Ela destaca a importância de trazer o teatro para a luta popular, por ser uma forma mais sensível para se comunicar com o público. “Por que muitas vezes as imagens comunicam mais profundamente que determinadas palavras e textos, então acho que o teatro compõe e agrega nessa feira e em todo o processo de luta que a JURA e o MST vêm propondo”, argumentou.


O Cena Livre, grupo de teatro do qual Ana Carolina faz parte, é um projeto de extensão, vinculado à Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Em sua apresentação na feira, o grupo contou com a participação de cinco atrizes. Durante a encenação, fizeram uma grande representação da natureza com toques, expressões e falas sensíveis à vida das/dos sem terra.


O professor de capoeira, Everton Medeiros, do grupo Quilombo Angola, também destacou a importância da arte e da cultura na praça. Ele contou que, antigamente, a capoeira ocorria nas praças, nas ruas, nas feiras, com as pessoas cantando, jogando e batendo palmas. “A gente fica muito contente de poder participar da JURA, novamente, e de divulgar a capoeira angola e o samba de roda. É muito legal interagir com o público aqui da praça”, declarou.

O grupo Quilombo Angola realiza um projeto de extensão universitária na UFMT. As aulas acontecem todas as segundas, quartas e sextas-feiras, a partir das 19h, no Centro Cultural da universidade.


O grupo Mulheres no Batuque trouxe seus próprios instrumentos, feitos de materiais recicláveis, para o público poder participar e contribuir com a apresentação. A cantora e compositora, Gê Lacerda, contou que o grupo de mulheres está junto há cerca de oito anos e toca e compõe músicas que falam de questões feministas. “É muito importante estarmos presentes nesse evento e trazermos o empoderamento das mulheres na música. Esse é um momento de prazer, da gente se juntar e também de se manifestar”, ressaltou.

Ge Lacerda - Durante a JURA, Gê Lacerda cantou diversas músicas autorais sobre a luta do povo relacionada às questões ambientais e à reforma agrária. Exemplo disso é a música “Trabalhadores e trabalhadoras sem terra”, que foi escrita por ela, especialmente, para a JURA, e a música “Agrotóxico”, que, hoje em dia, segundo a compositora, se tornou um hino para as questões ambientalistas.


“Sou compositora, tenho um CD gravado com 13 músicas, que a UFMT patrocinou; chama-se ‘Negra flor’. Minhas composições partem da minha vivência, então, assim, eu vivo com o movimento, vivo nas periferias com projetos. Eu componho músicas para as questões raciais, sociais, políticas, questões indígena e da saúde. Todas essas músicas estão no CD e eu continuo compondo”.



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